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By Ferramentas Blog

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terça-feira, 13 de setembro de 2011

Moral autônoma?

          Queridos leitores do outro lado da tela. Em um determinado momento me deparei com um autor e uma afirmação sua e nestas linhas vamos justamente ver e tentar completar a afirmação do trecho do texto “O Valor da História” de Agnes Heller, dado que nos diz ser a atividade moral não autônoma porque esta é uma relação entre atividades humanas, mas isso é verdade?, ou mehor, toda a verdade?, creio que podemos ir um pouco mais além.


            O homem é um ser social por natureza. Está intrinsecamente ligado ao homem o fato de ser social, em outras palavras o homem é um ser social senão não é ser humano . O ser humano não vive só, desde o princípio se organiza em sociedade. Desde as primitivas tribos, até as grandes cidades, o ser humano trabalha, passeia, se diverte, tudo isso e outras coisas mais ele faz acompanhado de outros. O homem é um ser sociável, por isso forma família, tem amigos. E nos momentos de maior silêncio, ele busca a si mesmo e também abre-se para a divindade.

            Mas voltando a sociedade, quando o autor afirma que “não há atividade moral autônoma; a moral é uma relação entre as atividades humanas”, só pode afirmar isso partindo deste ponto, a relação entre seres humanos, a organização humana em sociedades e só dentro de uma sociedade em vista destas relações entra a moral para ele.


            Quando o autor diz que é uma relação entre atividades também podemos ver aí a presença do agir, atividades, são ações, então a moral vai ligada ao agir e ao agir em relação a outro, ou outra ação, assim que um ato moral é uma eleição, ou seja tem inteligência e é também agir, ou seja vontade.

            Mas explicar a não autonomia das atividades morais só por esse motivo não é tudo porque seria muito pouco explicar essa não autonomia só pelo caráter sociológico (na sociedade-interpessoal) da atividade moral. A moral é muita mais que isso. Ainda que na formação da personalidade de uma pessoa a parte social é uma das mais importantes.

            A atividade moral não é autônoma justamente porque existe uma verdade objetiva independente da atividade e do sujeito, senão a moral ia ser uma mera conveniência. Uma coisa é boa ou má, ou uma ação é boa ou má sem depender da atividade, e da pessoa, por exemplo, matar alguém é uma má ação, e salvar uma vida sempre será uma boa ação, a droga viciosa é má, e não depende da pessoa que a usa, ao contrário da cerveja que em si é boa, mas pode ser má e causar problemas dependendo do sujeito que a tome, pois se uma pessoa toma doze latinhas e depois se vai dirigir e mata alguém não é que a cerveja em si seja má, mas o sujeito não soube usá-la dentro dos limites.
Partindo do último exemplo podemos ver uma certa autonomia da atividade moral porque se pode dizer que ela á autônoma enquanto cada um é responsável do que faz , em minhas relações humanas sou responsável do meus atos e se poderia dizer que é uma certa autonomia, em minhas relações interpessoais vou fazendo-me mau ou bom.

           Por outro lado não depende a moral só de atividades interpessoais entre seres humanos, a ação moral, ou atividade moral não é só externa, existe também a atividade interna. O que uma pessoa faz está ou não de acordo com o que ela é, filha de Deus, ser humano, isso dá dignidade a uma pessoa, as atividades morais tem que estar de acordo com o que é a pessoa, eu sendo ser humano não posso agir como um animal irracional, pois não sou.

            A relação interpessoal nas atividades morais são importantíssimas, mas tem também a relação com Deus e consigo mesmo, a autoconsciência, porque na realidade antes de interagir com os demais, tem a minha relação com Deus e minha relação comigo mesmo e isso afetará e muito em minha maneira de agir com os outros ao meu redor, porque se as duas relações anteriores não estão bem com as outras pessoas tampouco irei bem.

            Vemos que realmente a atividade moral não é autônoma, e não é só pelo fato de ser uma relação de atividades humanas, é mais.

Visto isso podemos ver rapidamente quais são as fontes da moralidade.  Estas são três: o objeto (fim da ação), a intenção (o fim do agente) e as circunstancias (levando em consideração e ocupando um lugar especial as conseqüências).

            Saber e conhecer estas fontes é de muita importância para o estudo da moral. Julgar um ato moral é algo complexo e deve ser visto cada fonte vista em cima. Porque por exemplo, matar alguém é sempre mau, mas se essa pessoa é doente mental, ou, foi em legítima defesa? São situações que minimizam o ato, mas o ato continua sendo mau.

            A intenção e as circunstâncias são muito importantes e questionáveis, mas devemos levar em consideração que como já foi dito temos atos que em si mesmos e sempre são moralmente maus e ilícitos , mas isso se dá por causa do objeto, que em si mesmo tem um fim como mau.

            Vemos então um pouco da moral e como falamos das fontes falamos do objeto, e como havia escrito em cima o objeto se refere ao fim da obra e não ao fim do agente (intenção). Por tanto, podemos chegar a conclusão que tanto a moral como a ética, como já foi dito pelos primeiros filósofos, especialmente Aristóteles, estão ligados ao fim, e existem fins que não são fim em si mesmo e outros que são em si mesmo. Moral é mais que a relação de atividades humanas, é relacionada a um fim, toda ação tem um fim.

            E não se pode dizer que os meios justificam os fins, portanto é errado em nome de um bem maior ou para evitar um mau maior, aceitar um mau menor.

            Vemos que a moral é muito importante tanto na vida social como na vida do indivíduo, porque um individuo sem moral não é nada, é sem lei, sem escrúpulos e sem responsabilidade, uma pessoa moral é ética é ao contrario e faz a diferença!

            A moral é muito importante na formação do indivíduo e não pode de maneira alguma deixar de ser importante na administração. A moral não é uma coisa que nos corta as asas, mas nos ajuda a viver melhor, embora as vezes é difícil decidir pela ética devemos aprendê-lo.

            O homem  no decorrer da História sempre buscou a liberdade e exigiu seus direitos estabelecendo normas e regras a medida que a sociedade se tornou mais complexa. É importante ter valores e desta forma aprofundar o nosso conhecimento e passar a ter consciência plena e responsabilidade sobre os nossos atos.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

"A graça de ser só!!!"

Estimadores leitores, esse texto do pe. Fábio chegou as minhas maos e gostaria de comparti-lo com vocês, uma breve reflexao sobre o celibato sacerdotal, mais na página http://www.fabiodemelo.com.br/, boa leitura!!!:

Ando pensando no valor de ser só. Talvez seja por causa da grande polêmica que envolveu a vida celibatária nos últimos dias. Interessante como as pessoas ficam querendo arrumar esposas para os padres. Lutam, mesmo que não as tenhamos convocado para tal, para que recebamos o direito de nos casar e constituir família.
Já presenciei discursos inflamados de pessoas que acham um absurdo o fato de padre não poder casar.

Eu também fico indignado, mas de outro modo. Fico indignado quando a sociedade interpreta a vida celibatária como mera restrição da vida sexual. Fico indignado quando vejo as pessoas se perderem em argumentos rasos, limitando uma questão tão complexa ao contexto do “pode ou não pode”.

 
A sexualidade é apenas um detalhe da questão. Castidade é muito mais. Castidade é um elemento que favorece a solidão frutuosa, pois nos coloca diante da possibilidade de fazer da vida uma experiência de doação plena. Digo por mim. Eu não poderia ser um homem casado e levar a vida que levo. Não poderia privar os meus filhos de minha presença para fazer as escolhas que faço. O fato de não me casar não me priva do amor. Eu o descubro de outros modos. Tenho diante de mim a possibilidade de ser dos que precisam de minha presença. Na palavra que digo, na música que canto e no gesto que realizo, o todo de minha condição humana está colocado. É o que tento viver. É o que acredito ser o certo.

 
Nunca encarei o celibato como restrição. Esta opção de vida não me foi imposta. Ninguém me obrigou ser padre, e quando escolhi o ser, ninguém me enganou. Eu assumi livremente todas as possibilidades do meu ministério, mas também todos os limites. Não há escolhas humanas que só nos trarão possibilidades. Tudo é tecido a partir dos avessos e dos direitos. É questão de maturidade.

Eu não sou um homem solitário, apenas escolhi ser só. Não vivo lamentando o fato de não me casar. Ao contrário, sou muito feliz sendo quem eu sou e fazendo o que faço. Tenho meus limites, minhas lutas cotidianas para manter a minha fidelidade, mas não faço desta luta uma experiência de lamento. Já caí inúmeras vezes ao longo de minha vida. Não tenho medo das minhas quedas. Elas me humanizaram e me ajudaram a compreender o significado da misericórdia. Eu não sou teórico. Vivo na carne a necessidade de estar em Deus para que minhas esperanças continuem vivas. Eu não sou por acaso. Sou fruto de um processo histórico que me faz perceber as pessoas que posso trazer para dentro do meu coração. Deus me mostra. Ele me indica, por meio de minha sensibilidade, quais são as pessoas que poderão oferecer algum risco para minha castidade. Eu não me refiro somente ao perigo da sexualidade. Eu me refiro também às pessoas que querem me transformar em “propriedade privada”. Querem depositar sobre mim o seu universo de carências e necessidades, iludidas de que eu sou o redentor de suas vidas.

 
Contra a castidade de um padre se peca de diversas formas. É preciso pensar sobre isso. Não se trata de casar ou não. Casamento não resolve os problemas do mundo.

Nem sempre o casamento acaba com a solidão. Vejo casais em locais públicos em profundo estado de solidão. Não trocam palavras, nem olhares. Não descobriram a beleza dos detalhes que a castidade sugere. Fizeram sexo demais, mas amaram de menos. Faltou castidade, encontro frutuoso, amor que não carece de sexo o tempo todo, porque sobrevive de outras formas de carinho.

 
É por isso que eu continuo aqui, lutando pelo direito de ser só, sem que isso pareça neurose ou imposição que alguém me fez. Da mesma forma que eu continuo lutando para que os casais descubram que o casamento também não é uma imposição. Só se casa aquele que quer. Por isso perguntamos sempre – É de livre e espontânea vontade que o fazeis? – É simples. Castos ou casados, ninguém está livre das obrigações do amor. A fidelidade é o rosto mais sincero de nossas predileções.
 
Fábio de Melo

terça-feira, 6 de setembro de 2011

O que é um sacramento?


Estimado leitor do outro lado da tela, quanto tempo! Já estava com muita vontade de reencontrar-lhes, havia escrito artigos mas por diversos motivos não postei.
Hoje falaremos sobre o que é um sacramento. Pois se entendemos bem isso, viveremos melhor cada sacramento em particular, e também quando sigamos pois assim quando mais em frente tratando cada um ou participando na celebração de algum sacramento, o faremos de maneira mais profunda e mais consciente.. Vamos lá:
Então, vamos ver a definição de sacramento do Catecismo:
“sacramento é um sinal sensível, instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, para produzir a graça em nossas almas e santificá-las.”
Ou de modo resumido costuma-se dizer: é um sinal visível (sensível) da graça de Deus.
Bem, temos isso mais agora vejamos o que significa cada parte de nossa definição:
Sinal: o que é para nós um sinal? Por exemplo, um sinal de transito (vermelho, amarelo, verde, um placa de estacionamento), para que serve? Diz-nos algo, tem um significado para nós não é? Ou seja, simboliza, significa algo que transmite.
Mas este não é qualquer sinal para deixar claro o Catecismo nos diz: sinal sensível, ou seja, por meio de coisas sensíveis a nós,que nos percebemos, visíveis para nós, significam a graça que Deus produz em nós, na nossa alma. Porque se não pudéssemos percebê-lo, deixaria de ser um sinal. Este sinal sensível consta sempre de "matéria" e de "forma", isto é, da matéria empregada e das palavras pronunciadas pelo ministro do sacramento, por isso a matéria de cada sacramento é muito importante, por exemplo a do batismo é a água e não pode ser outra coisa.
Instituído por Jesus Cristo, porque só Deus pode ligar um sinal visível à faculdade de produzir a graça. Nosso Senhor, durante a sua vida mortal, instituiu  os sete sacramentos, deixando apenas à Igreja o cuidado de estabelecer ritos secundários, realçá-los com cerimônias, sem tocar-lhe na substância. Temos a importância da forma, ou fórmula, por exemplo, as palavras da instituição da Eucaristia, isso não pode mudar e assim com todas as formas, ainda que haja mudança no rito no que é secundário.
Continuando em nossa definição: são sinais sensíveis, mas não de qualquer coisa, são da graça de Deus, para que estejamos em graça e assim nos santifiquemos, pelos méritos da redenção de Cristo os sacramentos nos comunicam a graça conferida por Deus, é Deus que age ali, e quem recebe o sacramento recebe a graça, e a Igreja nos diz um coisa forte, Deus dá a graça se estamos em condições ainda que o ministro que deveria estar nas devidas disposições nao esteja.
Esse dar a graça de Deus é o fim geral de cada sacramento, no fundo de tudo trata-se de fazer-nos santos, santificar-nos, identificar-nos com Cristo.
A palavra sacramento vem do latim sacra, sacro, sagrado, mas quando nos primeiros séculos traduziram ao grego traduziram como mistério, assim temos duas características muito importantes, o sacramento é sacro, sagrado, por isso não se recebe de qualquer maneira, temos que estar preparados tanto na alma como no corpo, a um casamento a mulher não vai de qualquer jeito, nem o homem vai de bermuda e chinelo no pé, no batismo a criança estar de branco também tem todo uma simbologia da pureza, somos purificados etc.
Apesar de serem sensíveis ao nosso olhos, os sacramentos são sagrados e ademais são mistério porque é Deus todo poderoso que ali se faz presente e age em nós, por isso devemos aprender, digamos estudar, aprofundar em e sobre nossa fé, podemos estar todo o dia falando sobre a Eucaristia por exemplo, mas nunca entenderemos totalmente, porque é mistério que vem de Deus, e não podemos tirar o mistério, pois a nossa mente é quase nada comparada com a grandeza de Deus.
Podemos finalmente perguntar por que existem os sacramentos, como explicamos sua existência, já vimos que foi instituído por Jesus, mas como provar a existência dos sete sacramentos?
É um dogma, que existem os sacramentos e que são em número de sete.
Agora vejamos três argumentos que temos às mãos para provar os sete sacramentos:
    a) A crença dos séculos
    b) O bom-senso
    c) O Evangelho
A) Crença Secular
Desde o início da Igreja vemos nos Atos e nas cartas do NT os apóstolos celebrando os sacramentos e vamos vendo nos primeiros séculos depois de Jesus como segue-se e se consolida a doutrina sacramental. O primeiro argumento da crença popular desta verdade parece remontar ao século V., todos aceitavam a existência dos sete sacramentos, até mesmos os hereges, como os monofisitas e os nestorianos, aceitavam o número dos sete sacramentos. Em textos deles é explícito o número de sete sacramentos, recebidos da Igreja Romana.
b) O Bom-senso
Analogia, comparação perfeita que estabelece entre as leis da vida natural e as leis da vida sobrenatural.
Santo Tomás explica admiravelmente esta analogia. Os sete sacramentos reunidos são necessários e bastam para a vida, conservação e prosperidade espiritual, quer do corpo inteiro da Igreja, quer de cada membro em particular.
Os cinco primeiros são estabelecidos para o aperfeiçoamento pessoal, os dois últimos para o governo e a multiplicação da Igreja.
Na ordem natural, para o aperfeiçoamento pessoal, é preciso: 1o. nascer; 2o. fortificar-se; 3o. alimentar-se; 4o. curar-se na enfermidade; 5o. refazer-se nos achaques da velhice.
Para o aperfeiçoamento moral a humanidade carece de: 1o. Autoridade para governar, 2o. Propagação para perpetuar-se.
Tal é a ordem natural. Temos os mesmos elementos na ordem espiritual:
1o. O batismo é o nascimento da graça
2o. A crisma é o desenvolvimento da graça
3o. A eucaristia é o alimento da alma
4o. A penitência é a cura das fraquezas da alma
5o. A extrema-unção é o restabelecimento das forças espirituais
6o. A ordem é serviço aos demais, onde o prórpio Cristo atua
7o. O matrimônio assegura a propagação dos católicos e da doutrina e é serviço aos demais na pessoa dos esposos.
Os sete sacramentos são deste modo, como outros tantos socorros, dispostos ao longo do caminho da vida, para a infância, a juventude, a idade madura e a velhice; para as duas principais "carreiras" que se oferecem: sacerdócio e casamento.
Não se pode negar que a analogia é admirável e estabelece que deva haver sete sacramentos. Se houvesse menos, faltaria qualquer coisa; se houvesse mais, haveria um supérfluo; todas as necessidades estão preenchidas.
c) O Evangelho
Para o protestante, o último argumento deve ser o mais decisivo. Estarão expressos no Evangelho os sete sacramentos? Perfeitamente! Nosso Senhor não citou o número de 7, mas citou os sacramentos.
O Evangelho não fala de sete sacramentos, mas vai enumerando todos os sete, instituídos por Nosso Senhor Jesus Cristo. E continua no Novo testamento (NT) essa enumeração e clarificação.
Termino animando-os e animando também a mim e pedindo que em cada sacramento ao recebê-los e participarmos na celebração de algum deles, tenhamos em mente a grandeza do dom gratuito de Deus que está ali presente vindo ao nosso encontro para fazermos mais parecidos a Ele, ou seja, santos, já que a graça é a vida de Deus em nós.
 Eduardo Henrique da Costa.