Estimado leitor do outro lado da tela.
É uma alegria reencontrar-lhe aqui depois de alguns
meses de férias, cheios de atividades.
Uma delas foi a oportunidade de ter sido voluntário no
Centro de apoio a deficientes João Paulo
II em Fátima – Portugal.
No dia 2 de julho, parti, rumo a essa experiência nova
para mim e outros 16 companheiros do Colégio Internacional Bidasoa. Passar 18
dias como voluntário no supracitado Centro.
Depois de quase 10 largas horas de viagem desde
Pamplona (Espanha) a Fátima. Cansados todos, já que não era exatamente grande a
comodidade dos furgões, e um pouco mais para o que era o motorista de um deles.
Chegamos. Acomodar-se, jantar e dormir.
Ansioso pensava no outro dia. Como seria tudo? Como
ajudaria? O que tinha que fazer? Sairia tudo bem?
Amanheceu. 6: 45 a.m levantar, 7:30 todos na capela,
rezamos. Café da manhã. Encontro com a responsável do voluntariado: Maria de
Jesus. Depois um primeiro contato com as “casinhas”, ou seja, os módulos onde
ficavam sob cuidado um grupo de internos, mãos a obra.
101 esse era o número do meu módulo. Ao contrário dos
demais que ficam em duplas ajudando as senhoras, estive só. Aí! Sozinho, sem
outro companheiro para ajudar pensava...Fui recebido realmente como numa família. Ali, se
faziam as camas dos utentes, passeava -os, levava a roupa para a lavanderia, o
lixo para seu devido lugar, dava comida, lavava a louças do café, do almoço e
do jantar. Limpava, secava, cantava, animava, arrumava, ajudava na cozinha
grande ou na lavanderia quando estava na lista, e por ser o único de língua
portuguesa do grupo e “ser tímido” ia passando pelos outros módulos. Sobretudo
estava com os utentes e com as senhoras as quais me tratavam como filho.
Mas o que realmente importava é que no fim de cada
dia, bastante cansado às vezes, ia dormir muito feliz! Era estranho no bom
sentido, não se pode explicar. Era mais que a felicidade de ter ajudado. Era a felicidade
de ter recebido mais do que havia dado, por ter aprendido. Felicidade pelo
simples fato de encontrar – se ali, e isso enchia.
Antes da nossa ida, pensei que ia dar algo de mim, do
meu tempo... Assim foi. Mas, sobretudo ganhei amor e carinho ali.
Fazia o que tinha que fazer, mas para os utentes era
muito mais. Agradeciam com palavras (os
que podiam), outros com um abraço, outros com sorrisos, outros com um leve
movimento facial ou mexendo o dedo, com um fechar de olhos... Quanta emoção!
Meu Deus! Quão pouco agradecido sou! Que exigente às
vezes com a vida e com tudo que recebi! Ensinaram-me lições de vida que não
serão esquecidas. Disseram-me muitíssimo sem dizer uma só palavra. Os atos
falam mais alto. A vida é eloquente por si só.
Lembro-me de um amigo falar na existência de um antes
e depois de Fátima. Hoje posso dizer que realmente é assim.
Chegou o dia 19 de julho. Hora de voltar. Com o
coração na mão, e imensamente agradecido parti. Eram às 10 da manhã. Fomos
despedir-nos da Virgem de Fátima no Santuário e iniciamos a longa viagem de
regresso.
Passaram-se mais de 2 meses. Mas o tempo não importa.
A memória supera o tempo e o espaço. E nos faz estar sem estar, ver sem ver, em
definitiva faz possível continuar a amar.
Muitissímo obrigado!!!!
Eduardo Henrique da Costa.
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