Constantemente
nos dias atuais o ser humano está reclamando a soberania de sua vida. Seja de
forma indireta ou direta, se crê que somente a própria pessoa é a única
protagonista, por isso decide o que quer, faz o que melhor lhe parece, em busca
da felicidade. Mesmo sendo em muitas das vezes uma idéia não totalmente clara a
que se tem de felicidade, associando-a com não sofrimento, alegria passageira,
ter algo desejado. Esses elementos são parte ínfima, não a felicidade em sua
totalidade.
Há
um livro mundialmente conhecido e traduzido a inúmeras línguas, lido por
distintas pessoas, católicos, não católicos, homens e mulheres com fé ou sem
fé. Em suas páginas se encontra uma história pessoal identificada às vezes com
a do leitor. Trata-se das Confissões de Agostinho de Hipona.
Com
uma vista simplória dos fatos e do livro supracitado, se diz com certeza, e de
fato assim é considerado o livro, como uma autobiografia. Com lógica,
conclui-se por tanto, tratando-se de tal gênero, que o protagonista é o seu
próprio autor.
Muito
bem. Contudo indo mais a fundo,
considerado o caráter do conteúdo do livro, e olhando atentamente se descobre
que em verdade, essas páginas são um olhar de sua vida junto a Deus, é um
iluminar as etapas de sua vida com a Luz proveniente do alto. Ele torna-se
assim, como um coprotagonista, já que essa Luz ainda sendo ignorada sempre
esteve ali querendo iluminar-lhe.
Somos
levados pela força do ambiente, a uma cultura do eu, e em língua portuguesa seu
pronome possessivo é o meu, o que interessa é “o meu”, minha história, minha
vida.
Entretanto
como a Santo Agostinho, para toda a humanidade Deus sempre está ali, Ele nos
fez e nos mantém na existência, está buscando-nos e esperando para ser amado e
poder agir na vida de cada um. Assim, conclui-se que a minha vida, já não é só
minha, pertence a Deus e deve ser dirigida a Ele, e ademais toda a História da
Salvação é uma história de amor onde Deus se dá e vai ao encontro da
humanidade.
Também
é o homem, ao contrário da frase de Tomas Hobbes (homo homini lúpus – o homem é lobo para o homem), um ser social.
Isso se percebe na necessidade de comunicação levada dentro de cada homem, por
tanto, a minha vida, já não é só minha, senão de Deus e também daqueles os
quais convivo.
E
toda a humanidade é feita por Deus e para Deus e por isso nosso coração não
descansará nunca enquanto não repousar no Criador Amoroso.
Sendo
assim. Enquanto se está vivo sempre há esperança. Sempre se poderá ser melhor.
Até diante da dor será possível uma alegria e paz interior. Mas só entendendo a
relação com Deus e com os demais de forma adequada, se entenderá de maneira
correta, isso é, com esperança, otimismo, decisão e animação, a própria vida, e
o verdadeiro protagonismo dela.
Devemos
lançar um olhar profundo e sério sobre a nossa própria história. Buscando um
melhor conhecimento e compreensão de si.
Minha
vida é tua vida. De Deus e daqueles os quais a compartilhamos no
dia-a-dia. Só assim viveremos de cara a
nossa meta: o Céu.
Eduardo Henrique da Costa
Eduardo Henrique da Costa
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