Estimado leitor do outro lado da tela, quanto tempo! Já estava com muita vontade de reencontrar-lhes, havia escrito artigos mas por diversos motivos não postei.
Hoje falaremos sobre o que é um sacramento. Pois se entendemos bem isso, viveremos melhor cada sacramento em particular, e também quando sigamos pois assim quando mais em frente tratando cada um ou participando na celebração de algum sacramento, o faremos de maneira mais profunda e mais consciente.. Vamos lá:
Então, vamos ver a definição de sacramento do Catecismo:
“sacramento é um sinal sensível, instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo, para produzir a graça em nossas almas e santificá-las.”
Ou de modo resumido costuma-se dizer: é um sinal visível (sensível) da graça de Deus. Bem, temos isso mais agora vejamos o que significa cada parte de nossa definição:
Sinal: o que é para nós um sinal? Por exemplo, um sinal de transito (vermelho, amarelo, verde, um placa de estacionamento), para que serve? Diz-nos algo, tem um significado para nós não é? Ou seja, simboliza, significa algo que transmite.
Mas este não é qualquer sinal para deixar claro o Catecismo nos diz: sinal sensível, ou seja, por meio de coisas sensíveis a nós,que nos percebemos, visíveis para nós, significam a graça que Deus produz em nós, na nossa alma. Porque se não pudéssemos percebê-lo, deixaria de ser um sinal. Este sinal sensível consta sempre de "matéria" e de "forma", isto é, da matéria empregada e das palavras pronunciadas pelo ministro do sacramento, por isso a matéria de cada sacramento é muito importante, por exemplo a do batismo é a água e não pode ser outra coisa.
Instituído por Jesus Cristo, porque só Deus pode ligar um sinal visível à faculdade de produzir a graça. Nosso Senhor, durante a sua vida mortal, instituiu os sete sacramentos, deixando apenas à Igreja o cuidado de estabelecer ritos secundários, realçá-los com cerimônias, sem tocar-lhe na substância. Temos a importância da forma, ou fórmula, por exemplo, as palavras da instituição da Eucaristia, isso não pode mudar e assim com todas as formas, ainda que haja mudança no rito no que é secundário.
Continuando em nossa definição: são sinais sensíveis, mas não de qualquer coisa, são da graça de Deus, para que estejamos em graça e assim nos santifiquemos, pelos méritos da redenção de Cristo os sacramentos nos comunicam a graça conferida por Deus, é Deus que age ali, e quem recebe o sacramento recebe a graça, e a Igreja nos diz um coisa forte, Deus dá a graça se estamos em condições ainda que o ministro que deveria estar nas devidas disposições nao esteja.
Esse dar a graça de Deus é o fim geral de cada sacramento, no fundo de tudo trata-se de fazer-nos santos, santificar-nos, identificar-nos com Cristo.
A palavra sacramento vem do latim sacra, sacro, sagrado, mas quando nos primeiros séculos traduziram ao grego traduziram como mistério, assim temos duas características muito importantes, o sacramento é sacro, sagrado, por isso não se recebe de qualquer maneira, temos que estar preparados tanto na alma como no corpo, a um casamento a mulher não vai de qualquer jeito, nem o homem vai de bermuda e chinelo no pé, no batismo a criança estar de branco também tem todo uma simbologia da pureza, somos purificados etc.
Apesar de serem sensíveis ao nosso olhos, os sacramentos são sagrados e ademais são mistério porque é Deus todo poderoso que ali se faz presente e age em nós, por isso devemos aprender, digamos estudar, aprofundar em e sobre nossa fé, podemos estar todo o dia falando sobre a Eucaristia por exemplo, mas nunca entenderemos totalmente, porque é mistério que vem de Deus, e não podemos tirar o mistério, pois a nossa mente é quase nada comparada com a grandeza de Deus.
Podemos finalmente perguntar por que existem os sacramentos, como explicamos sua existência, já vimos que foi instituído por Jesus, mas como provar a existência dos sete sacramentos?
É um dogma, que existem os sacramentos e que são em número de sete.
Agora vejamos três argumentos que temos às mãos para provar os sete sacramentos:
a) A crença dos séculos
b) O bom-senso
c) O Evangelho
Desde o início da Igreja vemos nos Atos e nas cartas do NT os apóstolos celebrando os sacramentos e vamos vendo nos primeiros séculos depois de Jesus como segue-se e se consolida a doutrina sacramental. O primeiro argumento da crença popular desta verdade parece remontar ao século V., todos aceitavam a existência dos sete sacramentos, até mesmos os hereges, como os monofisitas e os nestorianos, aceitavam o número dos sete sacramentos. Em textos deles é explícito o número de sete sacramentos, recebidos da Igreja Romana.
Analogia, comparação perfeita que estabelece entre as leis da vida natural e as leis da vida sobrenatural.
Santo Tomás explica admiravelmente esta analogia. Os sete sacramentos reunidos são necessários e bastam para a vida, conservação e prosperidade espiritual, quer do corpo inteiro da Igreja, quer de cada membro em particular.
Os cinco primeiros são estabelecidos para o aperfeiçoamento pessoal, os dois últimos para o governo e a multiplicação da Igreja.
Na ordem natural, para o aperfeiçoamento pessoal, é preciso: 1o. nascer; 2o. fortificar-se; 3o. alimentar-se; 4o. curar-se na enfermidade; 5o. refazer-se nos achaques da velhice.
Para o aperfeiçoamento moral a humanidade carece de: 1o. Autoridade para governar, 2o. Propagação para perpetuar-se.
Tal é a ordem natural. Temos os mesmos elementos na ordem espiritual:
1o. O batismo é o nascimento da graça
2o. A crisma é o desenvolvimento da graça
3o. A eucaristia é o alimento da alma
4o. A penitência é a cura das fraquezas da alma
5o. A extrema-unção é o restabelecimento das forças espirituais
6o. A ordem é serviço aos demais, onde o prórpio Cristo atua
7o. O matrimônio assegura a propagação dos católicos e da doutrina e é serviço aos demais na pessoa dos esposos.
Os sete sacramentos são deste modo, como outros tantos socorros, dispostos ao longo do caminho da vida, para a infância, a juventude, a idade madura e a velhice; para as duas principais "carreiras" que se oferecem: sacerdócio e casamento.
Não se pode negar que a analogia é admirável e estabelece que deva haver sete sacramentos. Se houvesse menos, faltaria qualquer coisa; se houvesse mais, haveria um supérfluo; todas as necessidades estão preenchidas.
Para o protestante, o último argumento deve ser o mais decisivo. Estarão expressos no Evangelho os sete sacramentos? Perfeitamente! Nosso Senhor não citou o número de 7, mas citou os sacramentos.
O Evangelho não fala de sete sacramentos, mas vai enumerando todos os sete, instituídos por Nosso Senhor Jesus Cristo. E continua no Novo testamento (NT) essa enumeração e clarificação.
Termino animando-os e animando também a mim e pedindo que em cada sacramento ao recebê-los e participarmos na celebração de algum deles, tenhamos em mente a grandeza do dom gratuito de Deus que está ali presente vindo ao nosso encontro para fazermos mais parecidos a Ele, ou seja, santos, já que a graça é a vida de Deus em nós.
Eduardo Henrique da Costa.