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terça-feira, 16 de abril de 2013

RETORNO À CASA DO PAI



Estimado leitor do outro lado da tela:           
                                                         
Hoje os convido a refletir, em alguns significados da parábola do Filho pródigo ou do Pai misericordioso, a luz dos sacramentos.

Vemos como o filho mais novo pede a herança ao seu pai, e esse lhe dá. Respeita sua liberdade. E seguirá respeitando – a mesmo quando este quer ir longe da casa paterna. O filho empreende então marcha para um país longínquo. Afasta – se da casa do pai. Afasta – se da santidade.

Longe do pai, perde o rumo, pensa ser livre, e irá gastar seu dinheiro de maneira desmesurada, irracional, luxuriosa, até o fim de seus bens, pensando ser feliz assim. E tudo se acaba. Vem à realidade do fundo do poço alcançado.

E depois em um tempo de penúria, não sabemos quanto, ele trabalhará cuidando a porcos e desejará comer ao menos a comida dada a esses animais, mas nem isso lhe é permitido. Geralmente, vemos essa passagem como uma condição dura que vive esse filho. Mas vendo o contexto onde foi dita essa parábola, o mundo judeu, o porco era um animal sujo para os judeus, aquilo mais impuro que podia haver, era impuro cuidar dos animais impuros, permanecendo longe da casa paterna, com a sua situação, ele está longe da santidade. Rebaixa tanto em sua dignidade, ou em sua vida, que comeria inclusive a comida dos animais que não lhe era permitido comer.

Contudo, tudo isso o leva a recapacitar. Ele reflete: os empregados do meu pai tem pão abundante. Sente saudade do pão. Saudade, do ponto de vista de Cristo, da Eucaristia, pois a reconciliação é para ter comunhão com o altar, ou seja, a confissão é para receber o Pão da Vida que vem até nós no Altar, e é um Pão abundante, a Eucaristia é sobre abundância.

Pensa as palavras para dizer ao pai quando o reencontre: ...não sou digno de ser chamado filho, trata – me como um de seus empregados. Aqui se dá o verdadeiro motivo da sua volta. Volta para comer, mas não só, vai mais além. Há um desejo de  ser chamado Filho, de ser tratado assim, de recuperar a dignidade perdida. Então se põe a caminhar rumo à casa do Pai.

Agora vemos o outro lado. O pai todos os dias saía a esperar o filho. Assim é Deus. Cada dia espera nossa volta.

Anteriormente vemos essa reflexão do filho quando decide voltar. Mas não sabemos quanto tempo demorou em sua reflexão. Dias, semanas, meses, anos. Mas o pai soube que ele vinha, pois cada dia saía a esperar, ou seja, Deus não nos deixa esperando, não nos deixa plantados. Nos Sacramentos eu não posso não encontrar – me com Ele. Nos Sacramentos sempre está nos esperando. E o pai não esperava na porta. Ele ia ao encontro, ia até onde o limite de sua propriedade permitia. E vendo ao longe o filho saiu correndo ao seu encontro. Os sacramentos sempre são encontros. Deus vem ao nosso encontro.

Abraçou – o. Cobriu – lhe de beijos. Depois fez que trouxessem roupas, um anel, as sandálias, o cordeiro para matar, celebrar e fazem um banquete, porque estava morto e agora vive, estava perdido e foi encontrado. E por último ao chegar o filho mais velho, escuta música, cantos de alegria.

Aqui em cima temos o código, a maneira simbólica utilizada pela Sagrada Escritura para falar do perdão.
Os beijos nos fazem recordar o Cântico dos Cânticos: doces são os beijos da sua boca. Transpassa – se a linguagem para falar do amor nupcial, do amor de Deus pelo seu povo, e agora para falar do amor do pai pelo filho.

A roupa. A palavra grega é a mesma (stolein) utilizada por Deus quando fala com Adão depois de pecar. Em grego São Lucas escreve proto stolein – o primeiro vestido – ou seja, reveste o filho com essa roupa de justiça e santidade, essa condição que antes da sua partida tinha. Com essa roupa o pai veste o filho, com a luz do beijo dado.

O anel restabelece a aliança. Deus sempre é fiel. E devolve essa aliança de amor, quando nós voltamos a Ele.

Assim como o filho caminha para longe, suja suas sandálias, agora para entrar na casa paterna, ele recebe novas sandálias, sinal dessa volta, e desse novo caminho empreendido a partir de agora novamente com o pai.

O cordeiro, morto, imolado nos dá a reconciliação. Na eucaristia celebramos ao mesmo tempo a morte do cordeiro, e também se dá o banquete. É um mistério de morte e vida. A confissão está sempre intimamente ligada com a participação na Santa Missa. A confissão se faz com esse objetivo, a comunhão com Deus. Fazemos o memorial da morte e ressurreição do Senhor, celebrando a Eucaristia com músicas e cantos que mostra a alegria que será resumida e expressada no fim da missa, pelo Ide em paz e o Senhor os acompanhe.

O mais velho, fica nervoso com a festa dada ao irmão arrependido, reclama ao pai, negando – se entrar em casa. Ele esqueceu o principal. Reclama de coisas materiais, de não ter um cordeiro para celebrar com seus amigos... Preocupou – se demais com o ter. E acabou esquecendo o ser. E o principal é o seu ser filho, pois tudo que é do pai também dele.

Enfim, filhos pródigos somos todos nós. A parábola desse filho é a história de nossa vida. Ainda se nos afastamos do Pai, por mais longe que possamos ir, Ele sempre estará esperando ansioso a nossa volta, com os braços abertos. Porém, ninguém pode caminhar por você, ou por mim. É necessário recapacitar. Pensar. Ver o erro. Não ficar remoendo o passado. Arrepender – se. E começar a caminhar. Ele estará sempre ansiando para outra vez fazer – nos tomar parte da comida que nos dá Vida, para revestir – nos com seu amor e graça.

Eduardo Henrique da Costa.

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